Tudo sobre o TRABALHO DE PARTO
Bem-vinda Amora!!!
VAMO LÁ que hoje o assunto é quente, hahahah. A gente ja vai começar esse canal falando dele, o tão desejado, esperado, temido, muitas vezes, o misterioso e encantador
TRABALHO DE PARTO
A primeira coisa que eu gostaria de dizer é que partos são eventos fisiológicos naturais. Ou seja, eles acontecem naturalmente. Além disso, eles são eventos culturais, sociais e familiares, é claro.
Hoje a maioria dos partos acontece em hospitais, e por isso, muitas vezes acabamos olhando para o parto como um evento médico, super perigoso, complexo, que precisa de vários aparatos, e tudo mais. Mas, na verdade, ele é natural para o corpo, é algo que nós fazemos desde sempre, e que está, portanto, arraigado nas profundezas do cérebro e de todo o corpo de “homo sapiens sapiens”, ou seja, nós.
Então, a coisa merece atenção, é claro. Mas num é um bicho de sete cabeças, está bem meninas? Ele é, principalmente, um grande momento familiar e social, né. É o nascimento de mais um serzinho nessa terra.
Então a gente vai conversar aqui sobre o que acontece no corpo da mãe e no corpo do bebê, durante o trabalho de parto. TUDO o que você precisa entender sobre esse babado.
A ciência “separou” o trabalho de parto em estágios, para ajudar na compreensão do fenômeno, né. Então vou falar para vocês, quais são esses estágios. E aí eu vou explicando de uma maneira mais prática como isso funciona. Beleza?
1º Estágio: Apagamento e dilatação do colo do útero.
Quando o bebê finalizou o seu processo de formação dentro do útero (o pulmão prontinho, o coração, dedinhos e tudo mais) e também o seu processo de crescimento, o peso dele começa a pressionar o útero, e um processo de troca de hormônios entre bebê e mãe também se inicia. Com isto, o corpo da mulher sabe, compreende, que é hora de iniciar o processo fisiológico que vai resultar, lá na frente, no nascimento do bebê.
Então vai começar a rolar uma cascata de hormônios… Alguns deles são:
Estriol: Ele inibe outros hormônios centrais na gestação, até então, que estavam justamente prezando pela permanência do bebê no útero. O estriol “abre espaço” para os hormônios do parto. Um jeito fácil de entender é pensar que ele é o cara que chega avisando sobre o troca de turno: “Obrigada por guardar nosso bebê até agora, pessoal! Mas agora chegou o momento de colocar ele para fora!”
Prostaglandinas: Elas também preparam o colo do útero e o corpo da mulher para o nascimento do bebê.
Relaxina: Esse é um hormônio muito interessante! Presente ao longo da gestação e nesta etapa de parto também, e função dele é exatamente o que o nome indica, relaxar o corpo da mulher. Ele é responsável por “amolecer” as ligações, articulações e músculos do corpo, para permitir uma melhor abertura para passagem do bebe.
Beta-endorfinas: Uma prova clara da inteligência da evolução natural, esses são os analgésicos naturais que levam a mulher para “outro estado de consciência”, e permitem que ela suporte a intensidade do parto.
Prolactina: O “hormônio da amamentação”, do aleitamento materno já começa a subir seus níveis também… e finalmente vamos citar ela, a rainha, a famosa (TAN TAN TAN TAAAAN)
OCITOCINA! O grande hormônio do parto, o combustível, hahaha. É ela quem promove as contrações que vão levar o bebê ao mundo.
Mas, não só isso. A ocitocina tem um papel muito importante na construção do vínculo materno com o filhote. A ocitocina é muito conhecida como o “hormônio do amor”. Provavelmente você liberou bastante ocitocina para fazer esse bebê, ahahaha. Naquele momento de entrega, de intimidade, de paixão e prazer, a gente libera a ocitocina, e é mesma substancia que promove o parto.
Isso já nos dá uma dica sobre o que é importante para um bom trabalho de parto: Pessoas amadas em volta; Intimidade; Afeto; Acolhimento. Basicamente, amor. Se a mulher estiver cercada do acolhimento amoroso, a coisa tende a evoluir melhor.
E Tay, eu tenho como saber que meu parto está chegando? Quais os primeiros sinais perceptíveis do nascimento do bebê?
1 ) Pródomos – Nem todas as mulheres passam por pródromos, mas talvez aconteça com você: São contrações de treinamento que podem começar até um mês antes do parto. Geralmente, ocorrem alguns dias antes do bebê nascer, e indicam que seu corpo já está se preparando para contrair e dilatar.
2) O tampão mucoso vai sair: Ele é uma espécie de “rolha” natural que se forma na saída do nosso útero, quando engravidamos. O seu objetivo é justamente proteger o bebê que está lá dentro do útero, deixando o órgão selado contra infecções e outras ameaças externas. Quando o parto se aproxima, ele começa a amolecer, até sair. Você pode não percebê-lo, mas muitas mulheres o acham na calcinha, um belo dia. E esse é um sinal claro de que o dia se aproxima.
3) A sua bolsa pode estourar: Isso também não é uma certeza! Alguns bebês nascem sem que a bolsa seja rompida, são os bebês empelicados (muito fofo, inclusive!). E se ocorrer, também não significa que você precisa correr para o hospital desesperada. Mas é claro, uma bolsa rompida é um sinal fortíssimo de que o parto se aproxima! Se acontecer, você deve informar seu profissional responsável na hora, e preparar seu coração, porque o parto vem aí!
Então, ao longo deste primeiro estágio, o seu colo do útero vai amolecer, vai afinar… Até ficar tão fininho, que o buraquinho que temos nele vai começar a dilatar, ou seja, abrir para o bebê passar. As contrações vão incentivar esse processo até que você alcance os 10 centímetros de dilatação, e o espaço esteja pronto para a passagem do seu bebê.
Tay, quanto tempo demora? Não dá para saber. Cada mulher tem um tempo diferente. E…
ALERTA DE POLÊMICA: Toda mulher dilata! Existe um mito sobre dilatação. Muitas pessoas afirmam que “não dilatam”, mas isso não é verdade. O que ocorre é que este processo é extremamente variado no sentido do tempo que leva. Algumas mulheres dilatam em uma ou duas horas, enquanto que outras precisam de um ou dois dias para dilatar, e por vezes, essas mulheres que precisam de mais tempo não tem essa oportunidade. As vezes a equipe não esta preparada, as vezes a instituição atrapalha… E as vezes o próprio corpo da mulher, por outras questões, acaba não podendo lidar com todo esse tempo de parto (caso ela tenha algum problema de saúde, por exemplo). Mas isso é assunto para outro dia. O ponto é: Se a mulher tiver o tempo necessário, ela vai acabar dilatando. O importante é confiar no processo, e ter uma equipe qualificada te acompanhando, para garantir que está todo mundo bem.
Geralmente, as contrações começam sem um ritmo fixo. Depois de um tempo, você vai começar a sentir as contrações ritmadas. Muitos profissionais consideram que é nessa fase que se inicia o “trabalho de parto ativo”. Ou seja, as contrações mais fortes, constantes, efetivas, que vão provocar a dilatação do útero da mulher.
Tay, e a dor? Vai doer que é uma moléstia esse negócio? Não dá para saber. Gente, não dá para saber. Provavelmente vai doer? Sim. Provavelmente vai doer sim, para maioria das mulheres, a contração vem junto com uma certa dor. Só que a contração é… O útero fazendo um movimento muscular de abertura. Para alguns corpos, isso dói muito, mas para outras mulheres, não dói.
Muitas coisas vão influenciar essa questão. A cultura da mulher, a relação que ela já tem com entregas. Dor não é sofrimento, são coisas diferentes. E a contração em si, não é dor. Ela é uma sensação mais complexa do que isso. De certa forma, é como se você estivesse embriagada, é um estado alterado de consciência. Com muitos hormônios agindo para favorecer aquilo. E a sensação é uma onda… Ela não é constante. Ela vem, e vai. Vem e vai, e as mulheres aprendem a surfar nessa sensação, muitas vezes. Essa pausa não existe a toa: É um tempo que a natureza destinou para que você possa se preparar entre uma onda e outra.
Existem muitas maneiras de se preparar para ter um parto positivo, feliz. Prazeroso. É possível sim parir sorrindo (ou gritando, chorando, como for para ser, hahah, desde que satisfação e saúde. Nós vamos falar sobre isso na DE LUA.
Mas, uma dica básica eu já vou dar aqui. Lembra do que nós falamos sobre o ocitocina? Tudo o que estimula a ocitocina é bom para o parto. Quanto mais confortável a mulher se sentir, cercada das pessoas que ela confia. E claro, se houver um parceiro romântico (geralmente a pessoa que fez esse neném ai com você, hahah), essa presença tende a ajudar.
E o que atrapalha a dilatação? Adrenalina. A Adrenalina é a concorrente da Ocitocina. Se a mãe libera adrenalina demais, a ocitocina cai. A Adrenalina é o hormônio da fuga ou da luta. É aquilo que nos deixa alerta. Um momento de perigo não é nada positivo em um contexto de parto. Pensem lá na “época das cavernas”. Para parir tranquila, a mulher precisava estar protegida, em um abrigo. Se ela se sente em perigo, o corpo tende a “travar” o parto, como uma forma de proteção. Portanto, sentir medo pode sim frear a evolução do parto. Mais adrenalina, é mais medo, mais tensão, mais dor, e menos evolução. Por isso é tão importante construir um contexto em que você se sinta protegida, acolhida e segura.
E bora lá.
Quando você chega em 10 centímetros de dilatação, a gente chega em um segundo momento, o…
2º Estágio: O período expulsivo
Agora você já abriu, mulher! E esse bebê vai descer pelo canal vaginal para sair, de uma vez, de dentro da senhorita. É basicamente isso.
A sensação costuma mudar bastante para mãe, nesse momento. Aquilo que era uma dor de contração focada no ventre, agora pode descer para as costas, porque o bebê esta abrindo espaço. É um momento desafiador do parto.
Mas… Essa fase tem coisas boas: Você começa a sentir os puxos, ou seja, a vontade de empurrar. Em geral é um momento em que você sente aquele retorno da energia, o corpo vai liberar um pouco de adrenalina, para te deixar mais atenta.
E a partir dali, essa vontade de fazer força vai te incentivar a empurrar e trazer o bebê para baixo.
Enquanto isso… As coisas também não estão tranquilas para os pequeninos não, amora. Porque o bebê tem que realizar um giro para passar pela pelve materna. Essa inteligência corporal é algo que me encanta…
E então, depois que o bebê gira e desce, alcançamos a coroação! É aquele momento em que já é possível ver a cabeça do bebe através da vagina da mãe. Também chamam de “círculo de fogo”, porque é quando a mulher consegue sentir o bebe na vagina.
Vejam que “coroação”, porque é a cabeça né, masssssss nem sempre o bebê nasce de cabeça. Os bebes podem nascer pélvicos também, pelo bumbum. É mais raro, não são todos os médicos/parteiras que acompanham esse parto. Mas existem.
Depois da coroação, mais algumas contrações e…
TAN TAN TAN TANNNNNNNN
esse baby vai passar pela vagina da mãe, e vir ao mundo! Maravilhosamente!
Ai gente, eu fico toda troxa só de falar sobre isso… Você também fica? É um momento muito magico, muito intenso, muito fantástico. Eu sei que sempre ficam duvidas, questões, mas a gente vai conversar muito muito sobre todo esse universo aqui na DE LUA, ok? E se você for sair daqui com uma informação na mente, que seja essa:
CADA PARTO É ÚNICO, E O SEU CORPO SABE COMO PARIR O SEU BEBÊ, ASSIM COMO O SEU BEBÊ VAI SABER NASCER DE VOCÊ.
Confia mulher! Confia que vai dar tudo certo!
Ainda existem dois estágios do trabalho de parto, mas como eles já são em um momento “pós” nascimento do bebê, eu vou explicar tudo com carinho no artigo que sai semana que vem! E lembre que…
Se você prefere consumir conteúdos como esse em VÍDEO? Aproveite o nosso YOUTUBE 🙂
.