O que é feminino e porque falar disto?

 

 

Seja bem-vinda AMORAAA!

 

Esse é o primeiro artigo do quadro PAPO FEMININO! Aqui é o cantinho onde batemos um papo mais intimista, e ao mesmo tempo, mais político. É onde falamos sobre as coisas que acontecem na nossa vida e como elas se relacionam com a sociedade, de modo mais amplo.

 

E não dava para começar com outro tema: TAY, afinal de contas, O QUE É FEMININO E PORQUE FALAR DISTO? Como entender isso impacta minha vida e minha maternidade?

 

BORÁ LÁ, MENINAS, começar do começo. Nós somos

 

ANIMAIS, de uma espécie dioica: Ou seja, temos…

 

Fêmeas e Machos com dimorfismo sexual (os corpos de fêmeas e machos são diferentes). Fazem coisas diferentes. Funcionam de modo diferente, devido ao sistema reprodutivo ser variado.

 

Essa realidade material gera toda uma situação que podemos resumir com o termo “parentesco”, ou seja: Muitos machos e fêmeas acabam se atraindo, reproduzindo, e criando laços a partir disto. Laços de afinidade (como o casamento), laços de filiação (pais e filhos) e consanguinidade (irmãos, tios, parentes de modo geral).

 

É aquela coisa “rei leão”, entendeu gente? Aquela energia bem “IS THE CIRCLEEEEEEE OF LIFEEEE”)

 

Só que acontece o seguinte: Além de animais dióicos e tralalá, o ser humano é um ser social. Em outras palavras, nós criamos realidades sociais a partir das nossas realidades materiais. A gente decide (até certo ponto) como fazer essas coisas básicas, e dá significado a essa nossa escolha.

Desse modo, cada sociedade vai construindo a sua maneira de compreender, vivenciar e simbolizar essas situações básicas.

 

Então, pega o pulo do gato… Aquilo que era uma fêmea (situação biológica) acaba se tornando uma “mulher”. E aquilo que era um macho (situação biológica) vira um “homem”.

 

Humanos fazem associações. A gente dá papéis sociais para as pessoas, baseados na biologia, nos laços de parentesco, e tudo mais.

 

Então, por exemplo: As fêmeas, que passam a ser compreendidas como “mulheres” costumam ser associadas a qualidades como: cuidado, delicadeza, intuição, sensibilidade, capricho, sensualidade.

 

Já os machos, agora “homens”, são associados à: Força; Proteção; Racionalidade; Assertividade; Liderança.

 

Portanto, “feminino” nada mais é do que esse universo simbólico associado à mulher e à fêmea. É tudo aquilo que, em determinada sociedade, (já que varia de lugar para lugar, e época para época) é compreendido como feminino, “coisa de fêmea”, “coisa de mulher”.

 

Beleza Tay, ok, mas porque é importante falar sobre isso?

 

Historicamente, esses lados foram colocados em hierarquia. As sociedades tendem a dividir o mundo em 2, feminino e o masculino, e tendem também a hierarquizá-los. E aí que a coisa desanda.

 

Ou seja, o masculino está em cima, e o feminino está em baixo.

 

O feminino tem menos valor. 

O feminino serve, alimenta, concede, e obedece o masculino. 

 

ESSE É O FORMATO PADRÃO. 

É isso gente LASCA COM A NOSSA VIDA cotidiana.

 

Ai Tay, você é feminista?

 

E TEM COMO NÃO SER? Gurias, nossa vida, é zoada por causa disso. A gente ganha menos. A gente tem medo de andar na rua. Acontecem coisas ruins, assustadoras com a gente, invasões. É uma infinidade de… Violências e desequilíbrios.

 

Vamo para parte dark do artigo –

DADOS SOBRE DESIGUALDADE DE GÊNERO: 

 

Segundo a ONU, publicação de 2022, mulheres que fazem o mesmo trabalho que homens, mas que recebem 20% a menos que eles, em média, em todo o mundo. 

A desigualdade de gênero global só acabará em 132 anos. É o que estima o relatório Global Gender Gap Report mais recente publicado pelo Fórum Econômico Mundial. De acordo com a publicação, a pandemia da Covid-19 e lenta recuperação da economia são as causas do retrocesso da paridade de gênero em pelo menos uma geração.

 

A ONU, por sua vez, em 2022, calcula que serão quase 300 anos para termos igualdade de gênero, se continuarmos nesse ritmo. Até porque a pandêmia aumentou a desigualdade social em muitos locais do mundo, onde as mulheres tem sido mais atingidas pelo desemprego e pela pobreza.

 

Dados da ONU de 2021: Uma a cada 3 mulheres relata ter vivido violência física ou sexual do seu parceiro, ou então, violência sexual de um não parceiro. Essa violência começa cedo. 6% das mulheres afirmam ter sofrido abuso sexual por pessoas que não eram seus parceiros. Mas a ONU acredita que pelo estigma de assumir essa violência e a consequente subnotificação, o número real deve ser bem maior. Mas, a maior parte da violência sofrida pelas mulheres é dentro de casa, é pelos seus parceiros. 

 

Segundo a ONU, 56% das mulheres assassinadas em 2021 morreram por mãos de pessoas conhecidas, de sua esfera privada. A taxa, de 56%, é cinco vezes a dos homens: 11% dos homicídios contra pessoas do sexo masculino ocorrem na esfera privada, segundo o documento, divulgado nas vésperas de 25 de novembro, que marca o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher.

 

Tay, é assim em todo lugar? Sempre foi assim? Porque o mundo é machista? Ele todo é assim? Existem comunidades em que as mulheres tem mais poder, ou já existiu? QUEM INVENTOU esse role de que o feminino é zoado, como isso surge?

 

Se voces querem um esse tema, peçam lá no Youtube! Esse é um tema incrível… Mas, eu ja adianto que, na atualidade, os problemas de genero são… Generalizados. Digamos assim. 

 

Então, sim, a gente vai falar aqui na DE LUA sobre problemáticas de gênero, sobre violência contra a mulher, sobre a história das mulheres, e como essa história é a nossa história, sobre escrever essa história todos os dias também.

 

E ALERTA DE POLÊMICA: A DE LUA é para mulheres? SIM. É apenas para mulheres? Não.

 

Esse quadro existe para falar sobre o feminino. E o feminino esta vinculado fortemente as fêmeas, e as mulheres, mas ele não é a fêmea em si, nem a mulher em si. Ele é uma construção, ele é uma outra coisa.

 

Pensem que, se o feminino é uma construção tão essencial e tão ampla nas sociedades humanas, ele toca a todos nós. Todos nós somos atravessados por esse universo do feminino.

 

Exemplo: O feminino é menosprezado em relação ao masculino, certo? Historicamente falando. Então, o que acontece com um menino gay, na nossa sociedade?

 

Como a sociedade trata um macho, um ser humano que nasceu com sexo biológico masculino, mas se identifica mais com as coisas, as performances, as estéticas do universo feminino? Sim, ela agoniza e massacra essa pessoa. Afinal, porque como que um ser que nasceu com a benção de ser um HOMEM, resolve, querer, “agir como uma mulher”?

 

Assim conseguimos perceber que mesmo um homem pode ser atingido negativamente pela forma como o mundo lida com o feminino.

 

A verdade é que tudo aquilo que se associa ao feminino, passa pelo feminino, tende a ser submetido. E cada um tem sua história.

 

Aqui vamos falar sobre estes temas e ABRAÇAR todas as pessoas que estão passando por um processo feminino, sofrendo pelo seu feminino, seja qual o contexto a situação. Vamos defender o feminino, lutar pela igualdade entre ele e o masculino, e também defender o direito das pessoas de viver experiências com o feminino, independente de qual corpo essa pessoa tenha. Nós vamos juntas procurar maneiras de entender melhor isso, e reescrever a história, pois todo dia estamos escrevendo as novas páginas da história do feminino, através das nossas vidas.

 

UM BEIJO NO CORAÇÃO, e muitíssimo obrigada pelo tempo que passamos aqui juntas. 

 

 

 




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